quarta-feira, 4 de maio de 2011

Paquistão afirma ter indicado aos EUA local de esconderijo de Bin Laden


LONDRES — O funcionário de maior hierarquia do ministério paquistanês das Relações Exteriores, Salman Bashir, afirmou nesta quarta-feira à BBC que seu país indicou em 2009 aos Estados Unidos como possível esconderijo o local no qual Osama Bin Laden foi encontrado, e qualificou de "inoportunas" as suspeitas contra Islamabad.
"Havíamos indicado já em 2009 que era um lugar possível. A localização de Bin Laden era uma prioridade para todo o mundo", disse o alto funcionário, antes de destacar, no entanto, que "milhões de lugares" foram identificados como possíveis esconderijos dos dois lados da fronteira entre Afeganistão e Paquistão.
"Os serviços americanos dispõem desde então de material muito mais sofisticado para avaliar a situação", alegou.
Bin Laden foi localizado, após anos de busca, em Abbottabad, cidade que fica a menos de 100 km de Islamabad, e morreu em uma ação das forças especiais dose Estados Unidos.
O diretor da CIA, Leon Panetta, declarou em entrevista à revista Time que os Estados Unidos não informaram ao Paquistão sobre a operação contra Bin Laden por considerar que o líder da Al-Qaeda poderia ser alertado.
"Panetta tem o direito de ter suas opiniões, mas o que eu seu é que temos uma ampla colaboração com os Estados Unidos, especialmente com a CIA", destacou Bashir, que chamou os comentários de "algo inoportunos".
Em visita a Paris, o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, afirmou que os serviços de inteligência de todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos, compartilham com o Paquistão o fracasso na captura de Osama Bin Laden, que depois de quase uma década foi localizado e morto em uma ação americana.
"Desde o início, houve uma falha nos serviços de inteligência de todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos", afirmou Gilani.
"Houve uma falha dos serviços de inteligência de todo o mundo, não apenas do Paquistão", completou.
"A segurança e a luta contra o extremismo ou o terrorismo não são tarefas de apenas uma nação", declarou Gilani em Paris, três dias depois da morte do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, perto de Islamabad, em uma ação americana.
"Precisamos de uma estratégia global para combater o terrorismo. Precisamos do apoio do mundo inteiro", completou.

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